quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Carauari. Um povo que celebra... (o quê mesmo?)


Como eram empolgantes os primeiros momentos da 5ª série no GM-3. De cara, uma matéria passou a chamar minha atenção a ponto de tornar-se a mais preferida: história. Sob a orientação da Profª Ione Pereira, percorremos lugares e momentos que passariam a alicerçar a construção do que sou.
Aprendemos em suma que um futuro glorioso não se constrói do nada. Mas sim, a partir dos erros e acertos da própria caminhada humana. Afinal, ninguém nasce sabendo. 27 de Setembro é um marco pra cada Carauariense. Mas, comemoramos o quê, exatamente?O que sabemos sobre nossa própria história? Quem são nossos heróis? Qual nossa riqueza? De onde viemos e pra onde vamos? Você já deve ter ouvido alguém falar sobre cultura e a importância dela. E no final, essa cultura acaba se resumindo a uma festa que ninguém sabe exatamente o que está sendo celebrado. Vamos primeiro ao conceito básico do que realmente é cultura. Em suma, trata-se do conjunto de hábitos, crenças e ambiente de uma comunidade. Ela é dinâmica e - por se tratar de uma construção - variável em seu contexto... Agora vamos para o passado: Você já deve ter ouvido (ou falado, e muito) as expressões: “é mermo”, “bixim” e o famoso “num vou é com nojo”. O amazonense em sua maioria chia quando, na fala, tem um “s”. Só que o Carauariense em especial parece não ter esse chiado! Que estranho não é?! Pertencemos a uma região basicamente colonizada por nordestinos. Somos hospitaleiros, fazemos piada de tudo e quando o sangue esquenta, é melhor sair de perto! Carauari antes era Xibauá, não é isso?! Não era não. Carauari sempre foi Carauari e Xibauá sempre Xibauá. O que aconteceu, porém, foi uma mudança estratégica de sede (de Xibauá para Carauari) face a localização que, dentre outras coisas, facilitaria o comércio da borracha. A propósito fomos o segundo maior produtor de borracha no Amazonas na época áurea. Muitos coronéis opressores e seringueiros oprimidos. Muitas aventuras e desventuras existem nesse contexto histórico. Nossos heróis? Foram vários. Mas minha limitação me permite citar alguns poucos e grandes como o bom caçador e meu avô Seu Nenéu, o médico e conselheiro Pedro Desidério, a Vó Mundiquinha, enfermeira do coração da cidade, Professora Rozimar e as tradicionais festas folclóricas. E por que não lembrar do também folclórico e queridíssimo Meruoca?! Aposto que diversos nomes vieram a sua mente agora. Sim! Eles também são heróis. Aqueles que construíram essa cidade com suor, lágrimas e especialmente paixão. E nenhum deles foi prefeito.27 de Setembro é um dia onde Carauari conclama seus filhos a relembrarem de onde vieram e refletirem para onde irão. Se as novas gerações farão valer a pena ou não o esforço de nossos antepassados.Uno-me a todos aqueles que almejam uma manifestação onde NOSSAS tradições e histórias sejam celebradas. Vamos nos unir em torno do sonho que Walter Pereira uma vez compartilhava comigo de um museu da borracha. De uma festa popular que celebre nossos heróis que o tempo já levou e que não podem ser esquecidos.Temos sim uma grande e linda história pra contar pro mundo, “né mermo”?!

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